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sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Tratar do Tratado

Olá a todos. Quando pensei que só se iria falar do famoso «Tratado de Lisboa», só lá para Dezembro, eis que surge hoje uma notícia curiosa (bastante curiosa, aliás). Um conhecido diário britânico noticia que os líderes europeus poderão ser forçados a viajar de propósito para Lisboa para assinar o novo Tratado europeu em Dezembro antes de participar no Conselho Europeu, previsto para Bruxelas (coitados é só viagens, de facto não está bem, os homens precisam de descansar). O diário britânico contabiliza um extra total de 77 mil quilómetros que os chefes de Estado e de Governo teriam de fazer colectivamente para viajar até à capital portuguesa para a cerimónia de assinatura antes de seguir para Bruxelas (deixem lá que eles não se perdem, digo eu). Em termos ambientais, o uso de jactos particulares nestas viagens teria um custo de, pelo menos, 135 toneladas de dióxido de carbono (CO2), estima o diário conservador (pois é estas máquinas voadoras, para além de caras, ainda poluem um bocadito). O evento, previsto para o Mosteiro dos Jerónimos e com uma duração de cerca de uma hora (assim, são capazes de não ter tempo de beber uma tacita de champanhe), culminaria a presidência portuguesa da UE, que termina em Dezembro, e faria com que o importante tratado ficasse denominado Tratado de Lisboa (portanto, toda esta complicação é para que o Tratado se chame «Tratado de Lisboa») está bem, gastam-se grandes quantidades de dinheiro e polui-se o ambiente para dar um nome a um Tratado (sim senhor, agora já estou a perceber melhor!). Segundo o diário: «o resultado é que, em vez de fazerem simples viagens de ida e volta entre as suas capitais nacionais e Bruxelas, 26 líderes europeus e o presidente da Comissão, teriam de voar para Lisboa, onde ficariam passariam umas meras horas, e depois voltar a entrar nos seus aviões e seguirem-se uns aos outros para Bruxelas, onde à noite se sentariam de novo juntos a uma mesa diferente». Duas observações: primeira, «viagens simples», está bem está, eu gostava de saber o preço destas viagens e segunda, «uma mesa diferente», só deve mudar a mesa (e o champanhe, se calhar). Onde assinar o Tratado?! Eis a questão. Agora pergunto eu não haverá mais nada para os governantes se preocuparem, para além da assinatura e nome de um Tratado? Eu acho que sim (mas é apenas a minha humilde opinião).

Nota: Se hoje forem comparar um jacto particular atenção, escolham um que não polua muito o ambiente. Para todos, um bom dia.

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